A Fuga da Realidade: O Que o Estresse Crônico Esconde?
- Ketlyn Mendes

- 23 de set.
- 2 min de leitura

Você já se pegou maratonando uma série, rolando o feed das redes sociais por horas ou se perdendo em jogos online como uma forma de "desligar" a cabeça? Essa busca incessante por distração pode ser mais do que apenas um lazer; ela pode ser um sintoma de um esgotamento mais profundo. Chamamos isso de fuga da realidade, e ela é um dos mecanismos que nosso inconsciente usa para lidar com o estresse crônico.
A vida moderna nos exige uma performance constante. Temos que ser produtivos no trabalho, felizes nas redes sociais, presentes na família. Essa pressão invisível, mas real, nos afasta de nós mesmos. O corpo e a mente gritam por um tempo de processamento, por uma pausa, mas muitas vezes não sabemos como atender a esse chamado.
É aí que a fuga entra em cena. Ela não é um problema em si, mas sim um sinal de que algo não vai bem. Ela age como um analgésico mental: alivia a dor por um tempo, mas não trata a causa. Ao "fugir", estamos na verdade evitando o contato com os sentimentos e conflitos internos que geram essa dor.
A psicanálise nos convida a fazer o caminho inverso: em vez de fugir, a se aproximar do que incomoda. É um mergulho no nosso próprio inconsciente para entender o que está por trás da ansiedade, do medo, da insatisfação.
Ao longo do tempo, a fuga pode nos levar a um ciclo de desconexão. Quanto mais evitamos o contato com o que sentimos, mais difícil se torna entender quem somos e do que realmente precisamos.
Se você se identificou com essa busca por distração constante, talvez seja um sinal de que seu inconsciente está pedindo uma atenção. Olhar para dentro pode ser assustador, mas é o único caminho para construir uma paz que não seja temporária, mas sim genuína e duradoura.




